Urticária: quando a pele dispara um alarme que você não pediu
- Isadora C donato
- 17 de nov.
- 2 min de leitura
A urticária é uma velha conhecida dos consultórios. Surge rápido, coça muito e desaparece como se nada tivesse acontecido só para, às vezes, voltar no dia seguinte. Os vergões avermelhados (as famosas “urtigas”) e o inchaço mais profundo chamado angioedema fazem parte do quadro. Apesar do desconforto, há boas notícias: existe tratamento eficaz, seguro e baseado em evidências sólidas.
O que realmente é a urticária?
É como uma ativação exagerada dos mastócitos, células que liberam histamina e outras substâncias inflamatórias. Isso cria aqueles vergões que mudam de lugar, coçam e somem em menos de 24 horas. Quando o quadro dura menos de seis semanas, chamamos de urticária aguda. Acima disso, entra na categoria de urticária crônica, que pode persistir por meses.
E aqui vai um ponto que muda muita conduta errada: nem toda urticária é alergia. Muitas vezes ela é espontânea, sem relação com alimentos ou produtos.
Por que ela aparece?
Os gatilhos variam: infecções virais, estresse, calor, frio, pressão na pele, medicamentos, exercício físico e até nada identificável. Em muitos casos, o organismo está mais sensível, e pequenos estímulos já ativam o sistema de defesa.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico. Uma boa consulta ,com história detalhada e exame físico é mais útil do que baterias enormes de exames. Diretrizes internacionais reforçam que exames laboratoriais só são necessários quando existe indicação específica.
Como tratamos hoje (com o que realmente funciona)
O tratamento segue uma linha simples, mas muito eficaz:
1. Antihistamínicos de segunda geração: São o pilar do tratamento e podem ser usados diariamente. São seguros, modernos e não causam sonolência significativa.
2. Aumento da dose quando necessário: Se a dose padrão não controla, as diretrizes recomendam aumentar gradualmente até quatro vezes a dose com segurança.
3. Terapias avançadas: Para casos realmente persistentes, existe o omalizumabe, um biológico que revolucionou a urticária crônica. Em situações especiais, pode-se usar ciclosporina sob acompanhamento.
4. Corticoides só em emergências: Servem para crises intensas e curtas, não para longos períodos. O uso prolongado pode trazer efeitos colaterais importantes.
Dá para prevenir?
Algumas medidas ajudam bastante:
• Evitar gatilhos conhecidos, quando existem
• Usar roupas leves• Hidratar a pele regularmente
• Reduzir calor, atrito e pressão na pele
• Tratar infecções e revisar medicamentos que possam piorar o quadro
Quando é preciso procurar um dermatologista?
O ideal é procurar um dermatologista logo nos primeiros sinais de urticária. Quanto mais cedo a avaliação é feita, mais rápido identificamos os gatilhos, evitamos tratamentos inadequados e iniciamos uma abordagem que realmente controla a doença.
A urticária pode ser teimosa, mas não precisa comandar a vida. Com diagnóstico correto e manejo baseado em evidências, o controle é totalmente possível e o objetivo é justamente esse: pele calma e vida normal.




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